Dos maus condutores, carros e motas...

Passadeira para peões


Ontem tive uma experiência engraçada. Quer dizer, não foi engraçada. Foi parva. Melhor, foi parvamente desagradável...

Ia eu na minha Bonnie, calmamente, aqui em Abrantes quando, ao virar para o Retal Park para ir à Worten cá do sítio, vi que vinha um senhor no passeio e se aproximava do sítio onde estavam as riscas da passadeira, agora inexistentes devido à requalificação do espaço em curso, mas onde se mantém, orgulhosamente, o respetivo sinal.

Como aprendi no estudo do Código da Estrada, já vai para mais de três décadas, ao fazer uma mudança de direção tenho de ceder passagem aos peões. Acho que esta regra ainda não mudou, pois não? Também aprendi que tenho de ceder passagem aos peões nas passadeiras... e que devemos ser corteses e cautelosos na nossa condução. Um peão é sempre vulnerável ao encontro com chapa, ferro ou mesmo plástico em andamento!

Bem, voltando ao meu ponto, ao ver o peão, parei, como faço sempre, a menos que ele seja daqueles saltitantes que se atiram para as passadeiras sem me darem tempo para parar.

E eis que dou por um carro se apresentar pela minha esquerda, um carro potente, com um condutor a esbracejar e a buzinar na minha direção! Não percebi...

O peão passou e eu arranquei. Voltei a olhar para trás, o condutor continuava a esbracejar do alto do seu SUV. Encolhi os ombros e fiz aquele gesto de levantar um braço a perguntar o que o senhor queria. Não fiz qualquer gesto obsceno, nem usei qualquer palavrão.

O senhor veio atrás de mim e estacionou perto, saindo do carro para se dirigir a mim e perguntar se era assim que se parava!

Eu, calmamente, respondi-lhe com uma pergunta: O que é que o senhor queria que eu fizesse quando tinha uma passadeira à frente e um peão a querer atravessar a mesma, na continuação do seu trajecto pelo passeio?

Na sequência da minha resposta o senhor ficou assim com uma certa cara de parvo e lá foi dizendo que não viu nenhuma passadeira e que ficou assim mais assustado (palavra minha) por que ia de mota e, se me tivesse batido, eu podia ter-me magoado! Digo eu, desculpas esfarrapadas...

Para encerrar a conversa, disse-lhe para ir lá ver o sinal da passadeira... A conversa terminou assim.

Pergunto-me eu: O que é que estas pessoas andam a fazer na estrada, dentro duma cidade, que não veem um motociclista, que por acaso é bem alto, a fazer pisca e a travar!

Sempre ouvi dizer que com grandes “distinções” vêm grandes responsabilidades! Mas, com os exemplos dos nossos governantes isso, se calhar, já não se aplica e quem anda com carros potentes não precisam de tirar a carta ou tiram uma versão light da mesma... Não sei!

O que eu sei é que é por causa destes tipos distraídos que todos os anos morrem centenas de pessoas nas nossas estradas!

Haja paciência para estes tipos que acham que têm o direito de usar as estradas como pistas e de colocar em perigo a vida dos outros!

Bem hajam!

#Portugal #acidentes #carros #motos #aselhas

João Pinheiro